- DEFINIÇÃO: Jogos nos quais as crianças, ao som de uma música, cantiga ou rima, viram, mexem-se, falam e representam.
CANTIGAS DE RODA: No
ritmo das cantigas, diálogos e ações, as crianças giram em rodas.
A música é o principal elemento destes jogos.
RODA
- 3 ou mais jogadores
- Ao ar livre
As
cantigas de roda são, em regra, folguedos folclóricos. A forma mais
comum é a roda simples, em que as crianças se movimentam e cantam
simultaneamente; muitas envolvem uma encenação rudimentar: uma das
crianças - às vezes mais - vai para o centro da roda, havendo
alternâncias, com frequência de coro e solo. Também pode haver
distribuição diferente das crianças no espaço: em vez de ficar no
centro, a criança escolhida para o solo fica fora da roda.
Dois
casos extremos foram registrados: um em que a roda foi substituída
por uma distribuição em fila, ficando uma criança isolada diante
de um auditório; outro, em que o folguedo progride com a inclusão
progressiva das crianças no centro da roda. Neste caso, o folguedo
termina com a impossibilidade de manter a roda.
A
GALINHA E O OVO
Cantiga
de roda, onde as crianças de mãos entrelaçadas giram. A cada
número declamado, a criança pula. Chegando ao número dez, todas
devem pular mais alto, juntas e agachar em seguida:
A
galinha do vizinho
Bota ovo amarelinho
Bota um,
Bota dois,
Bota três
Bota quatro,
Bota cinco,
Bota seis,
Bota sete,
Bota oito,
Bota nove,
Bota dezzzzzzzzz
Bota ovo amarelinho
Bota um,
Bota dois,
Bota três
Bota quatro,
Bota cinco,
Bota seis,
Bota sete,
Bota oito,
Bota nove,
Bota dezzzzzzzzz
A
CANOA VIROU
- 2 ou mais jogadores.
- Preferencialmente ao ar livre.
É
uma cantiga de roda, onde uma das crianças fica no centro. Existem
várias versões da música:
A
canoa virou
Por deixar ela virar
Foi por causa da Fulana
Que não soube remar
Tirilim pra cá
Tirilim pra lá
A Fulana é velha
E não quer se casar.
(Bela Vista, Pari, Lapa)
Por deixar ela virar
Foi por causa da Fulana
Que não soube remar
Tirilim pra cá
Tirilim pra lá
A Fulana é velha
E não quer se casar.
(Bela Vista, Pari, Lapa)
A
barquinha virou
Quem deixou ela virar
Foi por causa da Maria
Que não soube remar
Tirilim pra cá
Tirilim pra lá
A Maria ainda
Quer se casar.
(Goiás)
Quem deixou ela virar
Foi por causa da Maria
Que não soube remar
Tirilim pra cá
Tirilim pra lá
A Maria ainda
Quer se casar.
(Goiás)
A
barquinha virou
Já deixou de virar
Foi por causa da Cidinha
Que não soube remar
Elas são verde amarela
Vira Cidinha, cor de canela.
(Dorvalino Koch)
Já deixou de virar
Foi por causa da Cidinha
Que não soube remar
Elas são verde amarela
Vira Cidinha, cor de canela.
(Dorvalino Koch)
Origem:
Segundo
Fernandes Tomás, é origem lusitana, conforme a seguinte composição:
Maria,
a canoa virou
Maria, a canoa virou
Se ela virou
Deixá-la virar
Nas voltas que deu
Nas ondas do mar
Maria, a canoa virou
Se ela virou
Deixá-la virar
Nas voltas que deu
Nas ondas do mar
Ai
olé,
Vira
a canoa
Ai olé,
Deixá-la virar.
Ai olé,
Deixá-la virar.
Ontem
à noite rodou um carro
Lá pros lados de São Mateus
Oh! Compadre vou embora
Meu amor, adeus, adeus, adeus!
Lá pros lados de São Mateus
Oh! Compadre vou embora
Meu amor, adeus, adeus, adeus!
CIRANDA
- 2 ou mais jogadores.
- Preferencialmente ao ar livre.
Faz-se uma roda com as crianças de mãos dadas que cantam enquanto rodam:
Ciranda cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia- volta
Volta e meia vamos dar
O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou
Por isso dona... (fulana)
Faz favor de entrar na roda
Diga um verso bem bonito
Diga adeus e vá se embora.
Nessa última estrofe, a criança chamada vai ao centro da roda, diz um verso e volta para o seu lugar. A brincadeira se repete enquanto houver interesse.
ESCRAVOS DE JÓ
- 2 jogadores (em geral).
- Qualquer.
Cantar batendo nas mãos uns dos outros; ou com caixas de fósforos nas mãos, cantar entrelaçando-as e voltando em seguida para o lugar:
Escravos de Jó, jogavam caxangá
Tira, põe, deixa ficar
Guerreiros, com guerreiros
Fazem zigue, zigue, zá
Guerreiros, com guerreiros
Fazem zigue, zigue, zá.
SE EU FOSSE PEIXINHO
Referência Bibliográfica:
FRIEDMAN, Adriana. Arte de Brincar - São Paulo: 9ªedição ed. Vozes 2011
SE EU FOSSE PEIXINHO
- 3 ou mais jogadores.
- Ao ar livre.
Cantiga de roda simples, cantando e dando voltas; ou, à medida que a criança é mencionada, dá as costas para as companheiras e continua a participar nesta posição:
Se eu fosse um peixinho
Soubesse nadar
Tirava a (Fulana)
Do fundo do mar
Dilim pra cá
Dilim pra lá
(Fulana) é velha
E quer casar.
BRINCADEIRAS RITMADAS (Canções, jogos de bater palmas, parlendas, rimas, trava-línguas)
A verbalização ritmada ou musicada é a base para o desenvolvimento destes jogos que implicam habilidades das mãos e da voz.
EU E AS QUATRO
- 4 jogadores.
- Qualquer lugar.
Os quatro participantes cantam um enredo folclórico, acompanhado com batida de palmas:
Eu com as quatro
Eu com ela;
Eu sem ela;
Nós por cima
Nós por baixo.
E seguindo a música, batem palmas ora com quem está ao lado, ora com quem está de frente.
PIROLITO QUE BATE-BATE
- Qualquer lugar.
Duas crianças batem as palmas das mãos, alternando com a mão esquerda e direita do parceiro, acompanhando o ritmo da música.
Pirolito que bate, bate,
Pirolito que já bateu
Quem gosta de mim é ela
Quem gosta dela sou eu.
SANTA LUZIA (Bão-ba-la-lão)
Existem várias versões desta música:
Bum-balão
Senhor capitão
Faca na cinta
Cintura na mão
Bão-balão
Sinhô capitão.
(Bela Vista)
Bum-balão
Senhor capitão
Faca na cinta
Sineta na mão
Espada na cinta
Ginete na mão.
(Belém)
Existem duas versões tidas como primitivas, as duas colhidas em Pernambuco:
Bão-ba-la-lão
Senhor capitão
Em terra de mouro
Morreu seu irmão
Cozido e assado
No seu caldeirão
E foi enterrado
Na cruz do patrão
Capote vermelho
Chapéu de galão
Negro cativo que
Não tem presunção
De dia e de noite
C'os cacos na mão.
Bão-ba-la-lão
Sinhô capitão
Na terra de mouro
Morreu seu irmão
Cozido e assado
No seu caldeirão
Meio-dia
Panela no fogo
Barriga vazia
Macaco torrado
Veio da Bahia
Para dar taponas
Em siá dona Maria.
Origem: portuguesa.
Observação: cantada geralmente pelos adultos às crianças pequenas, quando as pegam no colo, embalando-as.
Referência Bibliográfica:
FRIEDMAN, Adriana. Arte de Brincar - São Paulo: 9ªedição ed. Vozes 2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário